quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Universidade de Aveiro faz energia 'a partir quase do nada'

Retirado do site Jornal Sol:

"13 de Novembro, 2012

Um futuro sem pilhas. É este o sonho dos investigadores da Universidade de Aveiro, Nuno Borges Carvalho e Alírio Boaventura, que criaram um sistema que converte ondas de rádio em energia eléctrica.

O primeiro exemplo do trabalho que está a ser desenvolvido pelos dois cientistas portugueses é um comando de televisão sem pilhas, que ainda é um protótipo, mas que pode rapidamente ir parar à casa de quem gosta de fazer zapping, mas não quer gastar dinheiro a trocar pilhas.

«É um projecto único no país e é um dos resultados mais visíveis do trabalho levado a cabo pala academia de Aveiro no que toca à transferência de energia sem fios», anuncia em comunicado a Universidade de Aveiro, lembrando que «só em Portugal os telespectadores gastam anualmente cerca de 3 a 4 milhões de pilhas para mudarem de canal sentados no sofá».
 
O telecomando desenvolvido por Alírio Boaventura, investigador do Instituto de Telecomunicações (IT) da Universidade de Aveiro (UA), pode mesmo provocar uma verdadeira revolução ecológica ao permitir que as pilhas, que são altamente poluentes, sejam uma coisa do passado. Constituído apenas por uma placa de circuitos e, para já, por quatro botões que permitem mudar de canal e regular o volume, o segredo do telecomando antipilhas, explica a Universidade, «está na sua antena conversora de energia». É esta antena que converte em energia elétrica DC as ondas de rádio emitidas por um leitor RFID previamente instalado no televisor.

«Um modelo possível de exploração desta tecnologia passa por, futuramente, incorporar o sistema rádio (RFID) em dispositivos como televisores. Alternativamente e de forma a garantir compatibilidade com os equipamentos já instalados, um adaptador de radiofrequência para infravermelhos poderá ser usado», explica Alírio Boaventura.

Nas experiências feitas, os cientistas desenvolveram uma antena que transforma o sinal eletromagnético numa corrente elétrica contínua capaz de ligar duas lâmpadas LED.

«Se fosse junto da antena de TV do Monte da Virgem, em Gaia, daria para ligar bem mais do que dois LEDs», garante Nuno Borges Carvalho, investigador do IT e um dos responsáveis pelos avanços que a UA tem feito no estudo de um filão energético que paira no ar à espera de ser aproveitado, a conversão de radiofrequências em eletricidade.

«Este princípio pode ser aplicado a qualquer tipo de emissão eletromagnética, quer seja rádio FM, TV, Wi-Fi ou GSM, o que permite que, no futuro, se possa vir a carregar a bateria de dispositivos móveis sem estar dependente de uma única frequência», aponta Nuno Borges Carvalho, numa nota do gabinete de imprensa da Universidade de Aveiro.

«Com esta tecnologia vai ser possível, por exemplo, criar chaves de carros que estão sempre a coletar energia das comunicações rádio e que só a gastam quando são usadas. O conceito também pode ser útil para criar sensores ambientais, alarmes, lanternas ou até mesmo fornecer energia ‘gratuita’ à iluminação pública situada num raio à volta do retransmissor da estação de rádio», prevê Nuno Borges Carvalho. «Em qualquer destes casos temos a vantagem de dispensar o uso de pilhas ou de energia elétrica da rede pública», diz o investigador."

Sem comentários:

Enviar um comentário